Podemos definir clinicamente Rinossinusite como todo o processo inflamatório que acomete a mucosa nasal e dos seios paranasais seja de etiologia viral, bacteriana ou fúngica. As definições têm como base a sintomatologia e a duração dos sintomas. No entanto, alterações da Endoscopia Nasal também são muito importantes para fechar o diagnóstico de Rinossinusite.
História Clínica - Inflamação do nariz e dos seios paranasais caracterizada por dois ou mais sintomas maiores ou um maior e dois menores:
A suspeita de uma Rinossinusite Aguda bacteriana deve ocorrer quando os sintomas de uma IVAS viral pioram após o quinto dia ou persistem por mais de 10 dias, com presença de secreção purulenta em locais de drenagem dos seios (p. ex. meato médio), sugere fortemente etiologia bacteriana.
A Rinossinusite Crônica caracteriza-se pela persistência dos sinais e sintomas por mais de 12 semanas. As alterações inflamatórias da mucosa tornam-se persistentes e quanto maior o tempo de evolução menores as possibilidades de reversão com o tratamento clínico.
A suspeita de etiologia bacteriana só pode ser definitivamente confirmada após a cultura de secreção preferencialmente de meato médio, entretanto, essa prática não é necessária em casos corriqueiros de rinossinusites.
Os seios paranasais das crianças só estarão completamente desenvolvidos por volta dos 21 anos de idade. Entretanto, crianças podem sofrer com problemas de sinusite.
Embora pequenos, os seios paranasais maxilar (na região da bochecha) e etmoidal (lateral aos olhos) já estão presentes ao nascimento.
A sinusite é difícil de diagnosticar nas crianças, pois infecções respiratórias são frequentes e os sintomas podem ser muitas vezes confundidos.
Diferentemente de um resfriado ou alergia, a sinusite bacteriana nas crianças requer um cuidado, inclusive com atenção especial do médico otorrinolaringologista para o tratamento adequado com antibióticos evitando assim possíveis complicações como celulite orbitária e até mesmo meningite.
Endoscopia Nasal: É recomendada para todos os pacientes com qualquer tipo de queixa nasal.
A nasofibroscopia por meio de endoscopia rígida ou flexível permite a avaliação do meato médio, além de oferecer detalhes sobre a características da mucosa, a presença de lesões (presença de pólipos), o aspecto da secreção nos locais de drenagem, a presença de infecção ou aumento (hipertrofia) da adenóide nas crianças, etc.
Tomografia Computadorizada: Está indicada nas sinusites crônicas ou recorrentes, nas complicações de sinusites agudas, devendo ser realizada de preferência após tratamento clínico.
RX de seios paranasais: não faz parte da rotina diagnóstica por ser um exame pouco sensível e pouco específico, sendo que a história clínica e exame físico com endoscopia nasal são suficientes para o diagnóstico de uma Rinossinusite Aguda sem complicação. E o RX também não está indicado no controle evolutivo de uma Rinossinusite.
Desobstruir os seios da face e restabelecer a drenagem é tão importante quanto erradicar o agente etiológico.
Feito o diagnóstico de Rinossinusite Bacteriana Aguda ou Crônica, a escolha do antibiótico deve recair sobre as bactérias de maior prevalência.
É recomendado o uso de antibióticos por 10 a 14 dias, porém se a resposta clínica for baixa, a continuação da terapia por uma semana depois da resolução dos sintomas pode ser a melhor escolha. Já as rinossinusites crônicas devem ser tratadas por um período prolongado, no geral por 21 dias.
Cirurgia deve ser considerada quando há falha no tratamento clínico (com uso de medicações adequadas prescritas por médico otorrinolaringologista).
Nos casos em que há alterações anatômicas envolvidas, como casos de desvio do septo nasal ou de presença de pólipos, que não permitem a entrada adequada das medicações, especialmente os “sprays” nasais, uma cirurgia para a correção destas alterações anatômicas também deve ser considerada.
Atualmente a cirurgia é realizada com o auxílio de instrumentos especiais que facilitam a visualização e realização dos procedimentos, tais como endoscópios com câmeras de vídeo, microdebridadores e balões.
Com o endoscópio o cirurgião pode observar diretamente o interior nariz e seios paranasais, removendo tecidos doentes e possíveis lesões quando necessários, limpando e desobstruindo a drenagem dos seios paranasais para as fossas nasais. A cirurgia geralmente é realizada sob anestesia geral.